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Momento Mulher!

Para entendermos a essência de uma mulher, nós recorremos aos detalhes, aqueles que fazem de cada uma, especial. E foi aí que, além de não encontrarmos respostas, encontramos mais perguntas.
Por isso, criamos este espaço todo dedicado a vocês, mulheres brasileiras. Com a certeza de que a alma feminina é encantadora e merece ser compreendida em todas as suas particularidades!
Acompanhe nossas pílulas de informação, e compartilhe conosco o que achou. Quem sabe assim, juntas, não encontramos as respostas?

Sebastiana Pimentel Cunha Bueno - Uma das mulheres que transformou a economia cafeeira do Brasil

Muitas mulheres devem ser lembradas como batalhadoras, adiante no seu tempo, destemidas e corajosas.

Sebastiana nasceu no final do século XIX, casou-se muito cedo com o coronel Henrique Cunha Bueno, que fazia parte de uma família tradicional e pioneira de cafeicultores no estado de São Paulo.

Após passarem uma longa estadia em Paris e com a baixa no valor do café, a família acabou conhecendo a pobreza. A ideia que o marido teve foi de penhorar as casas, mas Sebastiana não queria e resolveu ir para as terras que eles tinham no interior do estado. 

Ela começou a cuidar das três fazendas da família, com atividades desde o plantio até a prova do café, pois ela selecionava os grãos que mandava. 

No século XX, a atuação múltipla da fazendeira permite recompor os vários papéis desempenhados pela mulher cafeicultura, em registros ainda mais inovadores, além daquela da construção e manutenção da propriedade: a busca da qualificação do produto, da diversificação do capital obtido com o café e o desempenho político, mas sem deixar de lado os papéis de mãe, esposa e figura benemérita.

Mesmo com a crise de 1929 e a perda de parte do patrimônio, ela soube tocar os negócios recuperando a antiga situação financeira, enquanto o marido permanecia tratando da comercialização do produto e dos negócios financeiros da família.

Em 1944, com a morte do marido, assumiu o papel que era dele no âmbito político e dois anos depois foi nomeada prefeita da cidade onde se localizavam as fazendas. Sua posse na prefeitura aconteceu graças ao poder econômico concentrado em suas mãos e às relações de poder com a administração getulista.  

Em 1946, no surto cafeeiro do pós-guerra, era reconhecida pela excelência dos seus cafezais e colocou-se em mais um espaço “inusitado” para a mulher, integrando o Alto Conselho Agrícola do Estado de São Paulo. Em 1952, por indicação da Sociedade Rural Brasileira, foi condecorada pelo presidente Getúlio Vargas com a medalha de perseverança.

A excelência dos grãos, de grande aceitação no mercado, se sobrepunha aos demais. Com uma particularidade: o produto seguia já selecionado pelo paladar de sua proprietária, exímia experimentadora de café. 

No complexo cafeeiro, a atuação feminina foi determinante no contexto da produção. 

Embora ainda exista muito preconceito no ramo do café, as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço e isso graças a Sebastiana e tantas outras mulheres que deram o pontapé inicial e mostraram do que são capazes.